segunda-feira, janeiro 28, 2013

Rotatória para pedestres na China




Quando muitas vias convergem para – ou partem de – um único ponto da cidade, o trânsito costuma ficar caótico. E a melhor solução que a engenharia apresentou para o problema até hoje foi a rotatória, um recurso que permite os cruzamentos, mas não elimina a bagunça. Pior, dificulta a vida do pedestre, o último a ser notado por motoristas mais preocupados em sair ilesos da roleta.



Mas não no bairro de Pudong, em Xangai, na China. Ali, os pedestres ganharam uma rotatória só para eles: a passarela circular Lujiazui, construída do lado leste do rio Huangpu, na zona econômica e financeira da cidade, cercada por arranha-céus onde não havia nada além de terra há 15 anos.



Suspensa quase 20 metros acima da rua, a ponte permite que os pedestres passem de um lado a outro da rotatória em segurança, desde que estejam dispostos a percorrer o mesmo trajeto circular dos automóveis. De brinde, eles ainda têm a chance de assistir de camarote às confusões em que os motoristas se metem logo abaixo.



A passarela dá acesso ao edifício Oriental Pearl Tower, conectando os prédios de escritórios do centro financeiro das redondezas a áreas de lazer e compras, como shoppings e cafés.





Com 5,5 metros de largura, a ponte permite que 15 pessoas caminhem lado a lado, facilita o acesso aos transportes públicos e ainda é toda iluminada à noite, o que dá um bonito efeito à região. Além disso, vãos longos entre colunas também proporcionam agradáveis experiências em relação ao nível da rua, de onde se pode ver a cidade um pouco mais do alto, tornando a rotatória ideal também para passeios turísticos.

 

Fonte: Casa Vogue

Roteiro cultural da USP mostra a São Paulo modernista



Passeio gratuito aos sábados inclui visitas ao Museu Paulista, ao centro da cidade e ao MAC, no Parque do Ibirapuera (Foto: Edifício Copam/Wikimedia Commons)

O Museu Paulista, no bairro do Ipiranga, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo na Rua Maranhão, em Higienópolis, e o Museu de Arte Contemporânea (MAC), no Parque do Ibirapuera, fazem parte do roteiro “A USP e a São Paulo Modernista”, que ocorre aos sábados entre 10h e 14h.

O passeio – gratuito é feito em um ônibus equipado com recursos multimídia e conta com uma equipe de mediadores composta por historiadores, artistas plásticos e arquitetos, além de um guia da Embratur.

O roteiro, que integra o programa do Giro Cultural, da Universidade de São Paulo (USP), explora a implementação do modernismo na cidade, em suas várias dimensões – arquitetônica, urbanística, econômica, sociocultural e política , cobrindo o período que vai do século XIX até os anos 1950, com a consolidação do projeto modernista na cidade.

Mais informações e inscrições pelo site www.prceu.usp.br/programas/girocultural/visitassp.php
Fonte: Agência FAPESP

sexta-feira, janeiro 25, 2013

Viva a Bossa Nova!!!

Confronto do petróleo na Amazônia Equatoriana



A tribo Kichwa de Sani Isla no Equador pediu nossa ajuda para impedir o governo de transformar suas florestas em um campo de exploração de petróleo. Um enorme escândalo na mídia global exigindo do Presidente Correa medidas que estejam de acordo com seus princípios ambientalistas pode persuadí-lo a dar um passo atrás e impedir a corrida do petróleo da Amazônia. Assine a petição agora:
Uma mega-empresa de petróleo está tentando transformar a mais primitiva floresta tropical no coração do Equador em um campo de petróleo. A tribo Kichwa de Sani Isla está resistindo com coragem e acabaram de nos pedir ajuda para salvar suas terras.

A comunidade assinou um compromisso de nunca vender suas terras, onde onças vagueiam e um único hectare pode conter mais diversidade animal do que em toda a América do Norte! Mas o governo do Equador está tentando comprá-los para oferecer 4 milhões de hectares da Amazônia para grandes petrolíferas. O presidente Correa está numa batalha eleitoral neste momento e tem uma reputação de respeito ao meio ambiente e aos povos indígenas. Se pudermos fazer esse assunto vazar globalmente e tornar a proteção da Amazônia uma questão eleitoral, poderemos impedir essa corrida do petróleo.

Até agora a comunidade corajosamente se manteve firme, mas os petroleiros podem chegar com seus equipamentos de perfuração a qualquer momento. Os Kichwa estão apelando por nossa ajuda para salvar a Amazônia. Assine esta petição agora e compartilhe amplamente. Se 1 milhão de pessoas assinarem, vamos criar uma tempestade de mídia que forçará Correa a dar um passo atrás:

http://www.avaaz.org/po/oil_in_the_amazon_global/?bwsNxab&v=21317

Depois da Texaco e outras empresas de petróleo terem poluído as águas do Equador e devastado ecossistemas preciosos de maneira irreversível, Correa conduziu o Equador a ser o primeiro país do mundo a reconhecer os direitos da "Mãe Terra" em sua Constituição. Ele anunciou que o Equador não estava à venda, e no Parque Nacional Yasuni, promoveu uma iniciativa inovadora, onde outros governos pagam ao Equador para manter o petróleo no solo protegendo a floresta ao invés de destruí-la. Mas agora ele está prestes a se vender.

De modo chocante, a terra Kichwa está, em parte, no Parque Nacional Yasuni. Mas, ainda mais chocante é o grande plano de Correa: dentro de alguns dias funcionários do governo começarão uma turnê mundial para oferecer aos investidores estrangeiros o direito de perfurar em uma área de 4 milhões de hectares de floresta (maior que a Holanda!). O Equador, como qualquer país, pode argumentar que tem o direito de lucrar com seus recursos naturais, mas a própria Constituição diz que deve-se respeitar os direitos indígenas e suas incríveis florestas, que rendem milhões de dólares em turismo a cada ano.

Neste momento, Correa está em uma dura batalha para ganhar seu segundo mandato como presidente. É o momento perfeito para fazê-lo honrar suas promessas ambientais e fazer essa Constituição verde se tornar realidade. Assine agora para apoiar o povo Kichwa e salvar sua floresta:

http://www.avaaz.org/po/oil_in_the_amazon_global/?bwsNxab&v=21317

Nossa comunidade tem lutado ano após ano para proteger a Amazônia no Brasil e na Bolívia, e obteve muitas vitórias apoiando as comunidades indígenas. Agora é a vez do Equador: vamos responder a este apelo urgente e salvar a floresta.

Mais informações:

Equador revive conflito sobre exploração de petróleo na Amazônia (BBC)
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/12/121209_petroleo_amazonia_equador_rw.shtml

Equador licitará novas áreas petrolíferas na Amazônia (Exame)
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/equador-licitara-novas-areas-petroliferas-na-amazonia

Chevron é multada em US$ 19 bilhões no Equador (Veja)
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/chevron-e-multada-em-us-19-bilhoes-no-equador

Tribo equatoriana recebe indulto de intrusão de óleo (The Guardian) (em inglês)
http://www.guardian.co.uk/environment/2013/jan/17/indigenous-ecuadorian-tribe-oil-intrusion

Equador adota direitos da natureza em Constituição (Rights of Nature) (em inglês)
http://therightsofnature.org/ecuador-rights/

TCU passará a atuar por áreas temáticas

O Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou 2013 com nova estrutura. A especialização das unidades técnicas responsáveis pelas fiscalizações é mais um avanço na busca pela excelência do controle e foi a diretriz adotada para a definição da atual organização, idealizada pelo presidente do TCU, ministro Augusto Nardes.

A unidade responsável pela coordenação e execução das fiscalizações do TCU, a Secretaria-Geral de Controle Externo (Segecex), passou a reunir auditores e ações por área temática. A clientela do TCU agora está distribuída por quatro coordenações-gerais de controle externo: Social, Serviços Essenciais ao Estado, Desenvolvimento Nacional e Infraestrutura. Cada uma dessas coordenadorias desdobra-se em secretarias especializadas em temas como Educação, Saúde, Desenvolvimento Econômico e Administração do Estado. Ainda, foi criada uma secretaria específica para fiscalizar contratações de bens e serviços de apoio logístico dos órgãos federais.

As unidades que já possuíam alto grau de especialização foram mantidas dentro da nova estrutura. As quatro secretarias de fiscalização de obras, por exemplo, passaram a fazer parte da Coordenação-Geral de Infraestrutura. As unidades especializadas foram mantidas, porém com cotornos de atuação mais definidos.

Segundo o presidente Augusto Nardes, o foco na especialização é uma medida para fortalecer o TCU e adequá-lo às demandas da sociedade. “A ideia é fazer com que as secretarias tenham uma identidade em sua atuação. E que, a partir do amplo conhecimento em sua área, possam fazer um melhor planejamento de suas ações, além de atuar de forma mais contundente no aprimoramento dos instrumentos de governança do setor público brasileiro”, explica. “Estou muito confiante de que esse novo modelo, que é resultado de um longo processo de maturação no Tribunal, permitirá alcançar resultados ainda mais efetivos para a sociedade brasileira”.

Além das unidades diretamente ligadas às atividades de execução de fiscalização, a Segecex ainda abriga duas unidades responsáveis pela metodologia e gestão de sistemas e informação e pela análise de recursos.

Conheça a nova estrutura do TCU aqui.
Secom/ TCU
Fonte: Agência TCU
 

quinta-feira, janeiro 10, 2013

Planos que não saíram do papel


Estudo analisa os planos de construção da malha viária no Brasil elaborados entre 1869 e 1889, os ímpetos modernizadores que os inspiraram e as resistências conservadoras que os fizeram fracassar (Museu Imperial)

Por José Tadeu Arantes

Manter a integridade de um território com dimensões continentais e alargar ainda mais suas fronteiras foram duas metas gêmeas das elites político-econômicas brasileiras do Período Imperial. 

Os planos de viação elaborados durante o Segundo Reinado – planos que, projetando colocar em contato os pontos mais distantes do gigantesco território, objetivavam integrar efetivamente a economia brasileira ao mercado mundial e consolidar o Estado nacional centralizado, mas que não chegaram a sair do papel – dão bem uma ideia das ambiguidades dessas mesmas elites.

Idealizados por engenheiros de perfil modernizador, fascinados pelas transformações capitalistas em curso na Europa e nos Estados Unidos, esses planos tiveram suas efetivações abortadas, em grande parte devido às resistências de elites agrárias, que queriam, sim, o conforto do telégrafo, mas sem abrir mão do trabalhador escravizado. E as consequências desses abortos se fazem sentir até hoje.

A peculiaridade do tema – histórico, mas, ao mesmo tempo, muito incidente no cenário atual – é um dos fatores que legitimam o seu tratamento com o olhar e as ferramentas conceituais do geógrafo.

Foi o que fez Manoel Fernandes de Sousa Neto, professor do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), em sua tese de doutorado, defendida na USP em 2004, e agora publicado como livro com apoio da FAPESP.
Em Planos para o Impérios: Os planos de viação do Segundo Reinado (1869-1889), Sousa Neto considera a influência do passado colonial na estruturação do território brasileiro; enfatiza a fragilidade do Estado centralizado durante o Período Imperial, evidenciada na Guerra contra o Paraguai; e aborda em detalhes cinco planos de viação elaborados nas duas décadas compreendidas entre 1869 e 1889 – os ímpetos modernizadores que os inspiraram e as resistências conservadoras que os fizeram virar letra morta.

Além da resistência oligárquica, por que esses planos fracassaram? “Em primeiro lugar, porque o projeto não era mesmo modernizar o país e incorporar todo o território à lógica capitalista de rápida circulação de capitais, mercadoria e pessoas, mas manter um vasto fundo territorial para a incorporação futura, sob a égide das frações da burguesia agrária”, responde Sousa Neto.

“Depois, havia o problema da dimensão física do território e das dificuldades impressas na própria natureza, como a topografia acidentada de algumas regiões, áreas alagáveis de grande extensão e florestas fechadas, que reclamavam investimentos vultosos e soluções técnicas fabulosas no campo da engenharia”, prossegue o geógrafo.

“Por fim, é preciso considerar que o território não era um espaço vazio. Mas, sim, muito habitado por diversas nações indígenas, que resistiram a muitos dos projetos de modernização propostos pelo capitalismo, antes e depois daquele período histórico”, diz.

Como, além da navegação fluvial, esses planos propunham principalmente a construção de estradas de ferro, que constituíam a opção tecnológica disponível na época, é interessante comparar aqui – embora este não tenha sido um objetivo do livro – a extensão das redes ferroviárias do Brasil e da Índia, dois países outrora classificados como “subdesenvolvidos” e que hoje integram o rol das chamadas “economias emergentes”.

Com uma área terrestre de 2.973.193 km2, a Índia possuía, em 2009, 63.974 km de estradas de ferro, em grande parte instaladas durante o período do domínio colonial britânico. Aproximadamente na mesma época, em 2008, o Brasil, com 8.459.417 km2 de área terrestre, quase o triplo da área indiana, tinha 28.538 km de estradas de ferro (CIA The World Factbook, 10/10/2012).

Houve, posteriormente, uma modestíssima expansão da rede ferroviária brasileira, que chegou, em 2012, a 28.692 km (Agência Nacional de Transportes Terrestres, agosto de 2012).

Quais foram as principais consequências dessa não efetivação dos projetos viários brasileiros? “Muitas. Os setores ligados à exploração mineral e ao agro-hidro-negócio, por exemplo, querem sistemas viários complexos para as áreas ocidentais do país, para escoar o que se produz ao custo de destruição ambiental e para exportar a preços competitivos, já que os custos com transportes afetam diretamente as margens de lucro”, afirma Sousa Neto.

“O livro vê os planos elaborados no Período Imperial não apenas como planos de viação, mas como projetos para o país. O interesse da obra foi buscar compreender que projetos estavam em jogo e como eles sofreram mudanças ou tem soluções de continuidade ainda hoje”, completa.
Fonte: Agência FAPESP