sexta-feira, setembro 28, 2012

Fundação Bill & Melinda Gates seleciona projetos inovadores em parceria com a FAPESP



Dezessete FAPs brasileiras participam do programa Grand Challenges Explorations. Pesquisas selecionadas receberão até US$ 200 mil e concorrerão a financiamento adicional de até US$ 1 milhão (GCE)

A Fundação Bill & Melinda Gates abriu processo de seleção de projetos inovadores de pesquisa no âmbito de seu programa Grand Challenges Explorations. Uma parceria com a FAPESP e fundações de amparo à pesquisa (FAPs) de outros 16 estados brasileiros poderá dobrar o valor de apoio a projetos brasileiros selecionados.
Os temas da chamada de propostas são: malária, doenças tropicais negligenciadas, comunicação de projetos sociais e inovações para mulheres agricultoras. Candidatos têm até 7 de novembro para envio de propostas.
A inscrição é feita pela internet no site do programa Grand Challenges Explorations (GCE) e os interessados precisam preencher duas páginas de apresentação da proposta. Não há necessidade de enviar dados preliminares ou comprovação de sucesso. O projeto precisa apenas ser novo e com potencial de provocar mudança significativa na área de saúde.
Os projetos selecionados serão conhecidos no início de 2013 e cada um receberá US$ 100 mil da Fundação Bill & Melinda Gates para sua execução. Cada projeto brasileiro aprovado receberá mais um complemento de US$ 50 mil a US$ 100 mil da FAP do estado do pesquisador.
Os projetos bem-sucedidos com os recursos iniciais terão a oportunidade de concorrer a um financiamento adicional de até US$ 1 milhão.
O GCE é um programa de financiamento para indivíduos com ideias inovadoras e arrojadas para solucionar grandes desafios na área de saúde, agricultura e desenvolvimento.
Lançado pela Fundação Bill & Melinda Gates em 2008, o GCE já financiou mais de 700 pesquisadores de 45 países, entre os quais três brasileiros. “O Brasil tem uma grande capacidade inovadora, com um número expressivo de artigos científicos publicados. Com esta parceria com as FAPs, queremos estimular uma participação maior de inovadores brasileiros que apresentem ideias fortemente promissoras”, disse Steve Buchsbaum, diretor adjunto de Descoberta e Pesquisa Translacional da Fundação Bill & Melinda Gates.
O GCE está aberto a pesquisadores de diferentes áreas, países e níveis de experiências: estudantes, professores e pesquisadores das mais diversas organizações tais como universidades, laboratórios públicos, instituições de pesquisa, organizações sem fins lucrativos e empresas privadas.
“Este é mais um importante instrumento de apoio à inovação e acreditamos que essa complementação de financiamento oferecida pelas FAPs reflete a confiança que temos na capacidade dos cientistas brasileiros em contribuir para a saúde global”, disse Mario Neto Borges, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).
O GCE realiza duas chamadas públicas por ano e contempla aproximadamente 80 projetos a cada rodada. A cada rodada, quatro a seis desafios são apresentados em busca de soluções originais.
Para a décima rodada as propostas devem se enquadrar nos seguintes tópicos: Novas Abordagens para a Investigação de Compostos Antimaláricos; Projetos de Cooperação Funcionam. Conte Isso para Todo Mundo; Novas Abordagens em Sistemas Modelo, Diagnósticos e Medicamentos para Doenças Tropicais Negligenciadas; Inovações que Facilitem o Trabalho de Mulheres em Pequenas Lavouras.
Para ter acesso à descrição completa dos tópicos, realizar a inscrição e enviar o projeto, o candidato deve criar uma conta no site do GCE.
Informações detalhadas sobre a chamada, incluindo dicas para os candidatos, estão disponíveis em: www.grandchallenges.org/Explorations/Pages/ApplicationInstructions.aspx

Fonte: Agência FAPESP

segunda-feira, setembro 24, 2012

Embrapa abre inscrição para curso de geotecnologias e aplicações em uso e cobertura das terras

Estão abertas as inscrições para o curso “Geotecnologias e aplicações em uso e cobertura das terras”, que será realizado pela Embrapa Monitoramento por Satélite, em Campinas (SP), entre os dias 24 e 26 de outubro. A programação vai abranger conceitos básicos e ferramentas baseadas em dados geoespaciais aplicados no levantamento e mapeamento do uso e cobertura das terras. O número de vagas é limitado e as inscrições poderão ser feitas até o dia 15 de outubro.
Ministrado por especialistas da Embrapa, o curso vai apresentar conceitos em cartografia, interpretação de cartas topográficas e Sensoriamento Remoto, Sistema de Informações Geográficas e noções básicas de classificação de imagens. Também faz parte da programação a prática de exercícios tutorias para aquisição de imagens, coleta de dados orbitais, classificação em uso e cobertura das terras, edição e geração de mapas.
Os levantamentos de uso e cobertura das terras são amplamente aplicados quando se deseja compreender as principais atividades desenvolvidas sobre um determinado território. “Com o mapa de uso e cobertura das terras é possível localizar e quantificar aspectos da paisagem, tanto naturais como construídos, em ambientes urbanos ou rurais”, explica a pesquisadora Cristina Criscuolo, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Monitoramento por Satélite. Com o uso de imagens de satélites é possível elaborar mapas que mostram, por exemplo, quais os principais produtos agrícolas cultivados em uma região. “Atualmente, as imagens de satélite disponíveis gratuitamente na internet podem ser utilizadas para realização destes levantamentos, que agregam pontos positivos em qualquer atividade de planejamento que tenha um componente territorial associado a ela”, completa Criscuolo.
As inscrições para o curso podem ser feitas no site da Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), parceira no evento. O número de vagas é limitado a dez participantes e o valor da inscrição é de R$ 500,00 e R$ 450,00 (parceiros e estudantes). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail eventos@cnpm.embrapa.br.

sexta-feira, setembro 14, 2012

Arquitetos e Urbanistas - Informe do CAU/BR

Se você é arquiteto e urbanista, participe do censo e saiba como solicitar a sua carteira de identificação gratuitamente.


O Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU abriu processo licitatório para emissão das carteiras de identificação profissional para os arquitetos e urbanistas com registro definitivo no Conselho. A carteira, gratuita, tem validade em todo o território nacional, sem prazo de vencimento, como comprovação do registro profissional e também como identificação civil, em substituição ao documento de RG. Será produzida em policarbonato e conterá chip com capacidade para armazenar informações do arquiteto e urbanista, bem como certificação digital.

Se você já tem registro definitivo no CAU, deverá seguir os passos abaixo para solicitar a sua carteira. Os arquitetos e urbanistas com registro provisório precisam primeiro remeter, via internet, seus diplomas de conclusão de curso de graduação para análise e liberação do registro definitivo pelo CAU.

1º PASSO: ATUALIZE SEUS DADOS NO SICCAU – VIA INTERNET

Entre no Sistema de Informação e Comunicação do CAU – SICCAU com seu login e senha habituais e acesse, de 22 de agosto a 21 de setembro, o ambiente de emissão da carteira profissional. Você será solicitado a confirmar seus dados e responder a uma pesquisa socioeconômica, que ajudará o Conselho a traçar o perfil dos arquitetos e urbanistas brasileiros, subsídio importante para a definição de políticas para o desenvolvimento da Arquitetura e Urbanismo no país.

Revise todos os dados, pois muitos cadastros encaminhados pelo conselho anterior estão incompletos ou com inconsistência nas informações. Observe, com especial atenção, a data do seu registro no antigo sistema, pois ela definirá a numeração definitiva do seu registro no CAU. Você precisará anexar os documentos, conforme explicado no SICCAU, para comprovação das informações.

2º PASSO: COLETA DE DADOS BIOMÉTRICOS – PRESENCIAL

Está sendo planejada a logística de campo para coleta presencial dos dados biométricos dos arquitetos e urbanistas – fotografia, assinatura e impressão digital. Os locais e prazos para esta segunda etapa da emissão das carteiras serão divulgados, em breve, no site. A previsão é que as carteiras sejam emitidas para os profissionais até 15 de dezembro.

“Contamos com o apoio e a participação de todos os arquitetos e urbanistas”, pede o presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, e completa: “Estamos determinados a lutar pelo correto entendimento da importância da nossa profissão na ocupação do território, na construção da morada humana; pela universalização do acesso à Arquitetura e Urbanismo de qualidade; e tantas outras tarefas que, agora, estão em nossas mãos”.

quinta-feira, setembro 13, 2012

Brasil pode liderar em biocombustíveis para aviação

Por Elton Alisson, de Brasília
Brasil pode ser protagonista em biocombustíveis para aviação
O Brasil pode assumir a liderança em biocombustíveis para aviação, a exemplo do protagonismo que conquistou no setor automobilístico, em que se tornou um dos primeiros países do mundo a ter sua frota de veículos automotivos abastecida e movida a biocombustível.
Entretanto, o país terá que superar diversos obstáculos de ordem científica, tecnológica, de produção agrícola e de políticas públicas, entre outras, por meio da articulação de empresas do setor aeronáutico e de biotecnologia com instituições de pesquisa, governo, integrantes da cadeia de produção de biocombustíveis e representantes da sociedade civil.
A avaliação foi feita por participantes da Conferência sobre Biocombustíveis para Aviação no Brasil, aberta no dia 11 de setembro na sede da Embrapa, em Brasília (DF), com o objetivo de discutir sobre a viabilidade técnica e financeira e o atual estágio das pesquisas realizadas no Brasil sobre biocombustíveis que possam substituir o querosene em aviões comerciais.
A programação do evento é composta pelo Simpósio Nacional de Biocombustíveis de Aviação e pelo 5º Workshop do Projeto Biocombustíveis Sustentáveis para a Aviação no Brasil, promovido pela FAPESP, Embraer e Boeing, que ocorre até a próxima sexta-feira (14/09) em Brasília.
O evento integra uma série de oito workshops previstos no acordo firmado entre a FAPESP, a Embraer e a Boeing em outubro de 2011, com o objetivo de estabelecer um centro de pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis para aviação comercial no Brasil envolvendo as três instituições e baseado no modelo dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) da FAPESP, voltados para realizar pesquisas na fronteira do conhecimento.
O setor de aviação, que contribui com 2% das emissões totais de gases de efeito estufa no planeta, está enfrentando o desafio de reduzir pela metade a emissão de CO2 em 2050, em comparação com 2005, e se tornar neutro carbono até 2020, conforme estabeleceu a Associação de Transporte Aéreo Internacional (Iata, na sigla em inglês).
De modo a reduzir o consumo e, por conseguinte, as emissões de gases de efeito estufa, os fabricantes de aviões vêm tentando aumentar nos últimos anos a eficiência operacional de suas aeronaves por meio do desenvolvimento de motores mais modernos e eficientes e de otimizações aerodinâmicas, utilizando, por exemplo, estruturas e ligas metálicas mais leves no projeto dos jatos.
Entretanto, com a forte expansão do transporte aéreo e o aumento da frota de aviões em circulação no mundo, essas medidas têm sido insuficientes.
“Todo o esforço que temos feito na otimização do consumo de combustível e na utilização das aeronaves não será suficiente. O único caminho que devemos seguir é em direção aos biocombustíveis”, disse Emílio Matsuo, vice-presidente e engenheiro-chefe da Embraer.
Contudo, segundo Matsuo e outros representantes do setor de aviação presentes no evento, o grande desafio científico e tecnológico é desenvolver um biocombustível a partir de qualquer biomassa que seja produzida em escala comercial e tenha um custo competitivo e que possa ser misturado ao querosene de aviação convencional na proporção de até 50%, sem a necessidade de realizar modificações nos motores e nas turbinas da atual frota de aeronaves que circula pelo mundo.
Entretanto, de acordo com especialistas no setor, apesar de já existirem biocombustíveis produzidos no exterior a partir de diferentes biomassas – que inclusive já obtiveram certificação para serem utilizados na aviação e vêm sendo usados em voos de teste e até mesmo comerciais –, eles ainda não são produzidos em grande escala e chegam a ser até 100% mais caros do que o querosene de aviação.
A companhia aérea alemã Lufthansa, por exemplo, adicionou 50% de bioquerosene feito com óleo de pinhão-manso ao combustível de origem fóssil utilizado em seus voos regulares entre Berlim e Frankfurt durante seis meses. Mas, depois de operar mais de mil voos com a mistura, interrompeu a iniciativa devido a falta do produto renovável no mercado.
“Até 2011, já houve em todo o mundo cerca de 300 iniciativas voltadas a utilização de biocombustíveis em aviação, como voos experimentais e de demonstração e projetos como este, entre a FAPESP, a Boeing e a Embraer. Esse movimento é mais intenso do que se observa em outros segmentos do setor energético, como o de energia eólica, por exemplo”, afirmou Luiz Horta Nogueira, professor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), de Minas Gerais.
Mas, de acordo com Nogueira, o que mais surpreende nas iniciativas de se utilizar biocombustíveis na aviação no mundo é o fato de que as matérias-primas que estão sendo utilizadas para essa finalidade não sejam originárias do Brasil, que é referência em biocombustíveis.
“Não faz nenhum sentido países europeus terem companhias aéreas realizando mais de 1,4 mil voos comerciais utilizando biocombustível preparado na Finlândia, com matéria-prima asiática. O Brasil tem uma liderança e pode ter um papel importante na construção de um mercado de biocombustível sustentável”, avaliou Nogueira.
Diversidade de matérias-primas
Segundo especialistas presentes no evento, existe no Brasil uma série de matérias-primas provenientes de oleaginosas, de fibras e resíduos, entre outras, que se mostram promissoras para a produção de bioquerosene.
A Embrapa, por exemplo, está realizando pesquisas para domesticação do pinhão-manso e começou a estudar o babaçu, cujo óleo é composto por ácidos com cadeias de carbono ideais para o desenvolvimento de um biocombustível para aviação.
Associadas às tecnologias que podem ser utilizadas para produção de biocombustíveis, de acordo com os pesquisadores da área, essas matérias-primas formam uma matriz de rotas tecnológicas que torna bastante complexa a tomada de decisão sobre qual ou quais devem ser seguidas.
“Teremos que desenvolver uma metodologia que aponte não qual a melhor das alternativas para desenvolver um biocombustível para aviação, mas sim que indique o ponto forte de cada uma delas e as lacunas que apresentam em termos de pesquisa para melhorar sua produção bioativa”, disse Luís Augusto Barbosa Cortez, coordenador-adjunto de Programas Especiais da FAPESP e um dos coordenadores do projeto.
De acordo com o pesquisador, a nova indústria que deverá surgir no Brasil voltada para a substituição de querosenes fósseis utilizados na aviação guardará semelhanças, mas não terá nenhuma relação com a indústria do etanol de cana-de-açúcar e a de biodiesel, já consolidas no país.
“Estamos construindo uma nova indústria no Brasil, que envolve tecnologias que o país domina e outras que ainda não e que apresenta enormes desafios de pesquisa que justificam o envolvimento da FAPESP, de forma determinante, neste projeto”, afirmou.
O presidente da FAPESP, Celso Lafer, ressaltou que a FAPESP tem se preocupado e se dedicado a apoiar programas de pesquisa que tornem viável o desenvolvimento de energias renováveis.
Um exemplo da preocupação da instituição com essa questão, de acordo com Lafer, foi a criação do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), que reúne mais de 300 cientistas brasileiros, sendo a maioria atuantes em universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo, além de 60 pesquisadores de diversos outros países, e cujo acordo com a Embraer e a Boeing é parte integrante.
“Por conta dessa preocupação da FAPESP com a questão das energias renováveis, tivemos muita satisfação de criar uma mecanismo de cooperação e entendimento com a Boeing e a Embraer, voltado para o tema de biocombustíveis, que representa um horizonte importante para o nosso país e para o futuro das energias renováveis”, disse Lafer.
Por sua vez, Al Bryant, vice-presidente da Boeing Tecnologia e Pesquisa, avaliou que a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis para aviação representa uma oportunidade única para o país.
“O Brasil poderá inovar não só regionalmente, mas também em escala global, assumindo uma posição de liderança em biocombustíveis para aviação e assegurando essa conquista por gerações”, avaliou.
Fonte: Agência FAPESP